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Grupo Arte em Cena é destaque na Secretaria da Educação



O grupo Arte em Cena já recebeu mais de 60 premiações e chega a apresentar 15 espetáculos por ano. Conheça como tudo começou!


Com o desejo de transformar um sonho em realidade, a professora de arte e teatro, Márcia Polacchini, que atua na Rede há 17 anos, desenvolveu com seus alunos o projeto Arte em Cena. A princípio, o objetivo era fazer teatro na escola e estimular estudantes do Ensino Fundamental e Médio da E.E. Plínio Barreto, localizada no bairro Belenzinho, em São Paulo, a aprenderem artes cênicas. Embora a professora e os alunos não imaginassem tamanho sucesso e repercussão, o grupo completa, neste ano, 10 anos de existência emocionando plateias espalhadas pelo estado de São Paulo, e chega a apresentar até 15 espetáculos por ano, incluindo montagens com textos próprios.

"Tinha o sonho de fazer teatro na escola. Na época, eu ainda atuava, trabalhava como atriz profissional, mas, na verdade, eu não pensava muito nisso, só queria ensinar um pouco do que eu sabia aos meus alunos e acabei me apaixonando pela educação", lembra a professora que é especialista em Arte Terapia pela Universidade São Judas, fez Mestrado em Educação e Comunicação pela Universidade São Marcos e concluiu seu Doutorado em Educação, Arte e História da Cultura pelo Mackenzie, sendo o grupo Arte em Cena seu objeto de estudo. A professora conta que quando chegou na escola se deparou com um teatro inutilizado, até que alguns alunos a procuraram, afim de tornar real esse sonho. "A partir daí eles começaram a fazer a divulgação dos espetáculos, e aos poucos o projeto criou uma proporção enorme. Quem estudava de manhã ficava até mais tarde, quem estudava na parte da tarde, acabava indo embora mais tarde. Até que chegou um momento que mudamos os ensaios para todo sábado", lembra. Na mesma época, o grupo começou a participar de festivais, representando a escola, na grande São Paulo e no interior, em cidades como: Sorocaba, Bauru, Sumaré, São Caetano, Pindamonhangaba, além de apresentações em Faculdades e Mostras de Arte e Cultura. Todos os espetáculos apresentados alcançaram grande sucesso de público e crítica. As premiações, ao todo, somam mais de 60 troféus, que incluem desde melhor coletividade, pesquisa, projeto pedagógico, melhor atriz, melhor ator, até melhor trilha sonora, por algumas instituições como o Sesi Sorocaba, USC (Universidade Sagrado Coração de Bauru), Festil (Festival de Teatro Estudantil de Pindamonhangaba). "Sempre pensamos que os prêmios não são o mais importante em todo esse processo, mas funcionam como forma de reconhecimento do trabalho e dedicação de todo o grupo", diz Márcia.

Atualmente, o projeto conta com turmas iniciantes de teatro com alunos do Ensino Fundamental ciclo II e do Ensino Médio, e ex­alunos, que mantém o trabalho multiplicador de pesquisas e novas montagens do Grupo Arte em Cena. "Por ser um grupo formado por alunos e ex­alunos, alguns cursando nível superior em áreas de relações públicas, design, jornalismo e psicologia, todos contribuem, em tudo. O grupo é muito autônomo e os mais velhos cuidam dos mais novos. O único critério para participar das aulas de teatro é estudar ou ter estudado na E.E. Plínio Barreto, e para se tornar membro do Arte em Cena, depende apenas do comprometimento de cada um nos ensaios e envolvimento em sala de aula", explica a professora.

O Arte em Cena realiza no mínimo uma apresentação teatral por mês, aberta ao público/comunidade. Para a professora Márcia, que cumpre tripla jornada para se dedicar ao projeto, todo esse trabalho realizado desde 2007, obteve resultados bastante positivos, não só no aprendizado sobre teatro, mas, principalmente, em relação à vida desses alunos e de toda a escola. "Não gosto que chamem o que fazemos de trabalho voluntário. Não estou fazendo caridade para ninguém, aprendemos e trocamos conhecimento, todos ganhamos. Nunca tive problema de indisciplina com meus alunos. Todos têm um respeito muito grande pela arte, pelo teatro. Este projeto não atinge somente os alunos diretamente envolvidos com o teatro, que atualmente somam cerca de 80 jovens; mas, principalmente, a escola como um todo, enxergando novas possibilidades, interligando os saberes, proporcionando o desenvolvimento do processo criativo", reforça a professora. Desde 2010, o grupo se inscreveu em diversos festivais estudantis em cidades como Bauru, Pindamonhangaba, Sorocaba e Sumaré, com o objetivo de interagir com outros grupos, possibilitando aprendizagem e trocas de experiências. Já chegaram a receber apoio do CTRAN da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, do Proad também da Secretaria da Educação, do comércio próximo à escola, da TV Minuto e APM (Associação de Pais e Mestres). Para este ano, durante o primeiro semestre, o grupo apresentará a peça "Uno minhas mãos às suas", uma tragicomédia autobiográfica coletiva, escrita pelos alunos­atores, em que são relatadas as dificuldades, os desafios, as tristezas e as conquistas nesses 10 anos de história do Arte em Cena. O maior sonho da profa. Márcia é apresentar espetáculos toda semana na escola, que possui um teatro com capacidade para 380 pessoas. "Sempre volto no tempo e fico lembrando naqueles meninos que me chamaram lá trás para dar aulas de teatro e mudaram a minha vida. É o poder da arte na educação. E tudo isso foi possível graças ao apoio que recebemos de toda a equipe escolar, diretoria e professores da escola Plínio Barreto", diz a professora emocionada.

Mensagem para a Rede Quem está pensando em montar um grupo de teatro, ou então gosta de artes cênicas, e não sabe como fazer teatro na escola, a professora Márcia dá a dica. "O professor tem que tentar, precisa tentar. É um trabalho que requer muita dedicação, esforço, mas o que recebemos de resultado vale para a vida. Não é só a premiação que valoriza o trabalho, o resultado é visto na sala de aula, no desempenho dos alunos. Mesmo se o professor não receber apoio, tem que ficar firme no propósito porque em dado momento todos vão perceber sua força de vontade. O teatro na escola Plínio Barreto é hoje uma realidade para nós, mas com boa vontade do educador e alunos envolvidos, com certeza, vai dar certo", recomenda a professora.

Durante dois anos, de 2007 a 2009, o Projeto Arte em Cena evoluiu e se tornou o Grupo Arte em Cena, formado por alunos e Ex-Alunos que continuaram com o projeto inicial e queriam adquirir ainda mais conhecimento sobre a área. Para iniciar essa nova fase o grupo montou uma peça clássica e após muitas leituras, foi escolhido 'A megera Domada', de William Shakespeare, com uma releitura, já que a história se passava nos anos 60.

Em 2011, novos textos foram buscados e a escolha pelo autor contemporâneo, Carlos Alberto Soffredini, fez com que o grupo se identificasse para encenar "Vem buscar ­me que ainda sou teu". O grupo desenvolveu nessa época um trabalho de circo-­teatro, com ensaios e muito preparo. A estreia foi em 1º de julho de 2011.

No ano de 2012, alguns integrantes saem e outros entram no grupo, ficando com 24 artistas, distribuídos em dois espetáculos. Novamente, foram trabalhados autores contemporâneos, desta vez, em um texto equatoriano bastante crítico e inédito, "A dama mijona", de José Martinez Queirollo, com 21 atores em cena. No mesmo ano, foi finalizado o projeto da peça infanto-­juvenil 'Bruxas', do autor Ricardo Leite, com estreia em maio de 2012.

Em 2013, o grupo se arriscou novamente e interpretou a primeira peça com texto de criação coletiva "Maçãs boas fora do eixo", sendo encenada a história de jovens que queriam ter a liberdade de expressão, combatendo a ditadura.

Em setembro de 2014, o grupo estreou "No Natal a gente vem te buscar", de Naum Alves de Souza, uma adaptação criada pelo grupo, mantendo o núcleo da história, contando a situação de abandono do idosos, repleto de poesia e uma sonoplastia única, criada pelo próprio grupo. Na estreia da peça, o anfiteatro da escola lotou.

Em 2015 a montagem do grupo foi a peça "Miss Brasil 2000", com a ideia da produção vinda de um dos projetos da professora Marcia Polacchini quando tinha 18 anos. A estreia aconteceu no dia 19 de setembro e novamente emocionou o público. A comédia musical com temas polêmicos e, muitas vezes, tabus da sociedade, teve na trilha sonora somente músicas da Rita Lee (tocadas ao vivo).

Em 2016, as apresentações de "Miss Brasil 2000" foram continuadas, concomitante com um novo texto autobiográfico.

Atualmente o grupo conta com os seguintes integrantes: Adeolá Adewole, Ana Beatriz Portela, Ana Livia Kanno Castro de Matos, Auri Ribeiro, Debora Neres, Denis Zacharias, Erik Pereira, Felipe Lima, Fernando Polacchini, Fernando Pereira, Gisele Barrio Lopes, Humberto Andena, João Fernando Viana Rocha, João Hidalgo, Josi Ferraz, Julia Correia, Karoline Matias, Letícia Fialho, Mauricio Haj, Mônica Barreto, Samuel Andrade e Wesley Batista.



Fonte: Espaço do Servidor

https://seesp.sharepoint.com/sites/intranet/noticias/Paginas/grupo-de-teatro-criado-por professora-da-rede-completa-10-anos-percorrendo-sao-paulo.aspx



Por Franciela Fernandes


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